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     04/05/2024            
 
 
    

Em novembro passado a OCDE, importante think thank bancado pelos 34 países mais ricos do mundo (o Brasil só participa como observador) deu início a um ciclo de debates sobre as principais agriculturas do planeta, convidando a Fundação Getulio Vargas para apresentar o agronegócio brasileiro. O simples fato de ser o Brasil o primeiro convidado deste ciclo (cujas reuniões só ocorrerão uma vez por semestre) já é indicador do quanto aquela reconhecida instituição respeita o nosso setor agropecuário.
 
O seminário teve uma apresentação sobre o cenário macroeconômico brasileiro, depois foi evidenciada a importância do agronegócio neste cenário, seja pela criação de empregos, seja pela sua participação no PIB e nas exportações.
 
Falou-se bastante na tecnologia tropical desenvolvida no país, como ênfase para a sua sustentabilidade.
 
E, por fim, discutiu-se longamente e relevância da agroenergia como alternativa energética renovável e limpa, mitigadora da emissão de gases de efeito estufa responsáveis pelo aquecimento global.
Os debates que se seguiram foram de altíssimo nível, mas duas questões ficaram subjacentes a toda a discussão e, de uma forma ou de outra, apareceram nas perguntas formuladas; a primeira tinha a ver com tecnologia.
 
Conhecido o impressionante aumento da produtividade agrícola experimentado pelo Brasil nos últimos anos, seria possível manter este ritmo, de forma a aumentar ainda mais a produção sem precisar desmatar novas áreas?
 
E o segundo: seria possível o Brasil transferir as tecnologias aqui desenvolvidas para outros países tropicais?
 
Ambas as questões têm a ver com sustentabilidade, e o expositor Silvio Crestana, ex-presidente da EMBRAPA, respondeu a elas, com clareza meridiana.
 
É claro que os saltos de produtividade não serão mais da mesma envergadura que tivemos no passado no caso da soja e do algodão, por exemplo.  Mas há importantes produtos da pauta brasileira que podem melhorar muito, como o caso do milho e do trigo. E também a pecuária, que cederá terreno à agricultura.
 
E é claro que o Brasil pode ser um disseminador destas tecnologias para outros países tropicais da América Latina, da África e da Ásia, especialmente agora, a partir de janeiro de 2012, quando o brasileiro José Graziano da Silva assume a Diretoria Geral da FAO: esta poderosa organização pode ser a ponta da lança deste projeto.
 
No entanto, Crestana assinalou uma grande agenda para a nossa Economia Verde, aliás compatível com as recentes decisões da COP 17, realizada em Durban, na África do Sul. Mostrou que os fatores determinantes para a maior demanda de alimentos são: população e renda crescentes, urbanização, mudança da pirâmide etária e educação/informação. E as tendências da alimentação são:
saudabilidade e bem estar, sensorialidade e prazer, conveniência e praticidade, qualidade, sustentabilidade e ética.
 
Considerando estes fatores todos, impõe-se uma ampla agenda na área da ciência e da tecnologia para o setor.
 
• Desenvolver e avaliar sistemas sustentáveis para recuperação de áreas degradadas, principalmente por pecuária;
 
• Desenvolver e explorar tecnologias 2ª geração;
 
• Posicionar-se sobre pegada hídrica: água azul, verde e cinza e estabelecer rede de P,D&I recursos hídricos e agricultura;
 
• Medir ciclo de vida de produto (água, energia, gases efeito estufa, taxa de perda ou ganho de biodiversidade...);
 
• Estabelecer indicadores de qualidade, medi-los e monitorá-los;
 
• Medir vulnerabilidade e resiliência de sistemas;
 
• Simular e modelar sistemas visando estabelecer cenários e previsões.
 
Está na hora de criarmos um Fórum para discutir estes temas todos. A participação do setor privado na formulação de novas rotas tecnológicas é essencial.
 
Temos órgãos de pesquisa e extensão extraordinários. Mas muitas vezes seus esforços são dispersos. Organizar a área de P, D & I no Brasil é hoje um tema imperioso.
 
(Agroanalysis - 01/2012)

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